quarta-feira, 30 de setembro de 2009

De Deus!

De Deus!

Dos vales profundos de minh’alma,
Brotam murmúrios de preces,
Restos de minha santidade perdida,
Que inda ecoam em meu coração,
Transbordando por meus olhos,
Á espera de Deus!
Santaroza

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Tarde fresca!

Tarde fresca!


O frescor da tarde prenuncia uma linda noite!
Noite de açucenas balouçastes!
De verdes viços verdejantes
Noite de estrela cadente, de pedidos escondidos...
Noite de beijos doces a luz da lua branca!
Apertos gemidos risos gracejos no portão!
Noite tarde de hora marcada
Madrugada já orvalhada...
Noite menina mulher que quer, mas não quer...
Noite perfumada qual namorada desejada...
Noite de azul sem igual colossal...
Noite de fresca brisa, pudica...
De cotovia de Romeu e Julieta...
Noite de sonhos meus...
Que se foram pelas noites!

Santaroza

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Prima Vera!


As flores que descem o rio,
Já não pode mais voltar,
Perderam a primavera,
Já é tarde pra sonhar.

Santaroza

Bicth!

Bicth!

Na boca um sorriso vago,
No rosto um olhar tristonho,
Na mente uma procura...

No peito tinha um vazio,
Na alma lhe caia neve,
Nos gestos só tinha dó...

Não tinha mais horizonte,
Seus olhos varriam a terra,
E o coração apanhava...

Todos sabiam seu nome,
Só não tinha sobrenome,
Nem direito de sorrir...

Era pra ser consumida,
E até mesmo vendida,
E muitas vezes não paga...

Fazia que sentia amor,
Na verdade só sentia dor,
Mas já não pedia favor...

Era a expressão da morte,
Achava já não ter sorte,
Mas inda sonhava sim...

Precisava de um abraço,
Sem desejo ou tesão,
Apenas um abraço,
Sem nenhuma intenção!

Santaroza

Pra ti!


Pra ti!

Tu mereces poesia, sabia...
Por seres minha alegria...
Por converteres minha apatia...
E fazeres verter poesia...
És a musa que todo dia...
Ao me acordar da-me bom dia...
Despertando com alegria...
Qual rouxinol ou cotovia...
Vestindo meu dia de fantasia...
Mesmo que seja manhã fria...
Tua a esquentas com alegria...
Beijando-me feito “Maria”...
Dando-me de ti em calmaria...
E és apenas mulher, quem diria...
Que em vaso tão pequeno caberia...
Um mar imenso de poesia!

Santaroza

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Poeta!

Poeta!


Ao passo que a vida passa
Não consigo mais ser segredo
Quero ser a palavra
Contada dos autos montes.

Não para que seja entendida
Mas apenas para ser sentida
E depois se quiserem
Ser rejeitada.

Mesmo porque não pretendo
Ser unanimidade
E nem consenso
Busco apenas ser identidade.

Ou seja, o eco do que me fala a alma
O espelho do que me dita o peito
A tinta que mancha o papel
Vertida do tinto de meu sangue.

Por isso nasci poeta
Para consolidar isso é que escrevo
Independente da dor ou riso
Apenas porque preciso.


Santaroza

Amor!

Amor!


A flor que brota do amor
Não tem nascente na dor
Brota em toda poesia
Sob forma de magia
Independente da dor!
Pois a bem da verdade
Poeta não tem maldade
Poeta só tem amor...
Mesmo em disabor!

Santaroza

AMIGO(A)!

AMIGO(A)!



É presente?
Quando não é ausente!
Amigo não é presente...
Amigo é gente...
E na maior parte das vezes mais que a gente!
Amigo é semente...
Que da fruto diferente...
É sombra por sobre a gente!
Amigo é o cara presente...
Sem ser presente!
Pode estar distante da gente...
Mesmo assim sentimos sua mão quente!
Amigo tem o mesmo sangue sem ser irmão...
Há com ele uma comunhão!
Fraternal união...
Elo de amor e paixão!
Almas que se fundem...
Dar e receber que se confundem!
Amor explicito...
Bem querer solícito!
Vidas que transcendem o ser...
Nada há que se temer!
Que amigo possa ser...
Ou amigo queira ter!

Santaroza

ACHEI!

ACHEI




Andei por ai,
Por todos os caminhos
Por todas as curvas do tempo
Por todos os sonhos de primavera
Por todas as rodas da sorte
Por todos os funerais
Por todas as ruas vazias
Por todos os quintais sem muro
Por todos os portais vadios!
Andei por ai,
Por todos os sorrisos falsos
Por todas as brisas tardias
Por todos os oásis em chama
Por todos os olhares febris
Por todas as manhãs chuvosas
Por todos os arco-íris
Por todas as entranhas da morte!
Buscava a vida ao largo
E na vida eu achei você
Com você eu encontrei o amor
Hoje estou estacionado em seu coração
Esperando maré alta para talvez navegar...



SANTAROZA

A SOMBRA

A SOMBRA




A sombra que me veste como manto de noite...
Fende-me a alma com o vento em açoite...
Sou ser que vaga na busca de um amor...
Apenas um abraço que aplaque minha dor...
Vivo os dias em melancolia...
Pois minh’alma se encontra vazia...
E em chamas encontra-se meu coração...
Transpassada que foi por um arpão...
Vida vazia, vida cansada...
Vida ferida, vida abandonada...
Vida assombrada!

Santaroza.

A poesia em que creio!

A poesia em que creio!



É algo sem receio
Sem frescura
É pura
Forte como a dor
Sublime feito o amor
Abrangente como o vento
Constante como pensamento
Lágrima em mata-borrão
Flor brotando no coração
Chave e fechadura
Rigor e candura
Sonho e paixão
Pesadelo e tesão!
É assim...
Sempre um pouco de mim!

Santaroza

A noite!

A noite!


É apenas uma porta a mais para a solidão...
Escuridão...
Eco em repetição!
Só ha um senão...
Um segundo em fração...
Peito em aceleração!
Comichão!
Que me faça retornar desse mundocão...
Algo como a canção...
Vento e mansidão...
Orvalho e sertão...
Amor e paixão!

Santaroza

A COLINA EM QUE ME ESCONDO

A COLINA EM QUE ME ESCONDO


Na cordilheira...
Os Andes...
Mais parece uma grinalda...
Salpicada de diamantes...
Soprada pelo vento...
O inverno aqui é branco...
Em minha lareira crepitam chamas...
De um fogo azul amarelado...
Na mesa um livro...
Ainda por ler com certeza...
No tapete de centro...
Meu lobo se esquenta do frio...
E a neve cai lá fora...
Como confete ao carnaval...
Aqui me escondo e faço morada...
O vento que sopra não mais me assusta...
Apenas deixa mais grisalho os cabelos...
Aqui perto do céu as cores são carregadas...
O branco é puro...
E cinza é forte...
O verde reluz...
E o teto do mundo pode-se tocar com a mão...
Se ficar na ponta dos pés é claro...
É meu recanto de paz...
Minha colina com DEUS!
Santaroza

Amém!

Amém!

Depois da tarde que se foi,
Antes do dia que já vem,
Sinto a alma apertada,
E uma oração por fazer.

Rogo a deus de todo o peito,
Sua proteção e amparo,
Para mim e para os meus,
Enquanto caminha a vida.

Somos pó da terra ao pó,
Cordeiros sem proteção,
Finitos e inacabados,
Amparados só de fé.

Assim rogo pela vida,
Por toda a sabedoria,
Pelos sorrisos de ontem,
E por toda essa alegria.

Pelo irmão do outro lado,
Pelo trabalho que tenho,
Pela fome e a comida,
Pela colher e o prato.

Rogo pela retidão,
Pra não cair em tentação,
Pra perdoar antes de tudo,
E não levar magoa pro colchão.
Santaroza