segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

DOURADO!

DOURADO!

Seu corpo dourado,
Lambido de sol,
Põe-me fervilhante,
Como água em atol,
Imaginando as partes,
Onde não lambeu o sol,
Sonhando em ser eu a desvendar a magia,
Que com pedacinhos de pano tu encobrias!
Deixa?


Santaroza

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Uma vida!

Uma vida!

Escrevi poesias no vento
Andei pelo arco íris
Senti cheiro de absinto
Masquei ervas nativas.

Dormi em baixo da lua
Matei a sede na chuva
Corri para não chegar
Rezei sem ajoelhar.

Decidi no par ou impar
Blefei quando não tinha nada
Fiquei sério, mas quis sorrir.
E gargalhei pra não chorar.

Doei sangue e era vermelho
Comi feijão com farinha
Cuspi as pimentas fora
Me lambuzei de amora.

Fumei cigarro de palha
Li á luz de lanterna
Nadei pelado no rio
Vi as estrelas cadentes.

Ganhei bagagem e estrada
Garimpei cada beleza
Nunca fui dono de nada
Eu só escrevi poesia!
Santaroza

terça-feira, 24 de novembro de 2009

AINDA SINTO...


AINDA SINTO...

Ainda sinto o gosto de sal...
Do primeiro beijo que trocamos num portal...
Sim! Era um portal, a transcendência entre o sonho e o real!
A realidade selada por dois lábios sedentos...
Corações atrelados em alentos...
Olhares que falavam poesias...
Mãos que se tocavam frias...
Ainda sinto aquele gosto de sal!
Porque foi de todos o mais real...
Este se cravou no coração!
Os demais foram de paixão...
E como tal se perderam na esteira dos dias!
E se apagaram na fogueira já fria!
Que ironia!



Santaroza

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CORPO!


CORPO!

Teu corpo molhado,
De frio gelado,
Na chuva que cai...
Teu corpo calhente,
De curva saliente,
Da chuva não sai...
Gitana a dançar,
Sem se importar,
Com a chuva que cai...
Teu corpo divino,
Estrada e destino,
Na chuva se vai...
Dança menina,
Profana e felina,
Na chuva.. Que ai...
A roupa colada,
Já toda molhada,
Pela chuva que cai...
Tuas curvas contornam,
Tua carne amorna,
E a chuva se vai...
Cabelo colado
No rosto molhado,
Da chuva que foi,
Teu corpo gelado,
Meu abraço apertado,
E a chuva?... Se foi...
Só restamos os dois!
Você e eu,
Meu corpo e o teu,
Gelado, calhente,
Gitana serpente,
Que me envolveu...
Com fogo e tesão,
Seu corpo vulcão,
Agora é só meu!


Santaroza

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

AUSENCIA!


AUSENCIA!

Quão terrível é esse sentimento,
Range na alma como lamento,
Tapa os olhos como cimento,
Leva-nos a vida pelo vento,
Transporta-nos por momentos,
De solidão e ferimentos!
Como dói uma saudade,
Não é sentimento é maldade,
Que rasga o peito sem piedade,
Expulsando-nos a realidade,
Do sorriso e da felicidade!
Quem me dera pudesse voar,
E pelo mundo te campear,
Pra novamente te encontrar,
E em podendo, te abraçar,
No teu ouvido declarar,
Só te busquei para te amar!

Santaroza

AMORE DE OUTONO.


AMORE DE OUTONO.

Caneca de vinho
Não se pode ficar sozinho
As noites são longas e frias
Geralmente solitárias e vadias
Tempo demais pra se beber só
Tempo de mais pra se ficar só
Na lareira crepita o fogo
E entre nós começa o jogo
De caricias
De malicias
De doçura
De loucura
Uma manta para nos
Não importa o mundo estamos sós
Eu você e o vinho
A lareira o fogo nosso ninho
O frio de repente vai embora
O vento range e chora lá fora
Sinto seu coração
Ponho a minha mão
Por entre sua blusa aberta
E minha mão lhe aperta
Vejo seus seios
E a eles tateio
E por eles passeio
Na busca do que anseio
O seu beijo é morno
E tudo gira em torno
Como se o mundo parasse
É nos é que girássemos
De olhos fechado sei o seu mapa
Roubo teu corpo da capa
E lhe degusto ao brilho da fogueira
Que resplandece de nossa lareira,
Você tem cheiro de flor
Teu corpo quer amor
Nos damos
E nos amamos
E nessa quimera
Lá fora é outono
Aqui dentro é primavera!


Santaroza

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A COR DO PECADO!


A COR DO PECADO!



A cor do pecado,
Tem a tua cor,
Tem teu cheiro e sabor,
Tem teu calor,
É a tua cara de amor,
Tem teu jeito de flor,
E é sem pudor,
Pois é puro ardor,
A chama de teu fulgor,
Meu corpo no teu afogado em amor,
Como musica e trovador,
A romper a madrugada a beijar o teu suor,
De gota em gota no teu corpo, como um beija-flor,
A devorar o teu néctar com carinho e furor,
Pois que o pecado tem a tua cor!



Santaroza

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A SUA BOCA!


A SUA BOCA!

Quando beijo sua boca ouço sinos,
Sinos femininos...
Quando beijo sua boca vou da terra ao céu,
Sinto o mel...
Quando beijo sua boca fecho os olhos, vejo anjos,
Seriam arcanjos...
Quando beijo sua boca sinto fome,
Me come...
Quando beijo sua boca ouço melodia,
Seria harpa, cotovia...
Quando beijo sua boca, seu perfume me inebria,
Sublime alegria...
Quando beijo sua boca sou ave a voar,
Sou um homem a amar!


Santaroza

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma brasa!


Uma brasa!


Das trovas que um dia fiz, todas se perderam, pois as escrevi no vento e às vezes nas águas, premido que fui pela brevidade do tempo.
De nenhum delas tenho lembrança, exceto aquele em que tomado de espanto devido á tamanha beleza fez-me sussurrar um verso, ao vento sob o luar.
Só dessa me lembro, porque essa ficou atrelada á minh’alma como os amores ficam presos aos corações.
Ainda hoje me lembro, porque ainda fulgura em meu peito o amor que senti por ti.
E nem o tempo com suas distâncias saudosas, é capaz de aplacar em mim o lume dessa brasa, nem mesmo o vento que a atiça vez em quando!


Santaroza

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Carta!


Carta!


Esperar faz-se necessário quando tormentas apontam no horizonte,
Assim, mande para os confins da terra as noticias de tardarei ainda,
Embora banhada se encontre a alma em suores de saudades vivas,
Submeto-me aos ditames das potestades para que, mesmo tarde, te encontre eu,
E no amanhã possa sufocar minhas angustias agasalhado ao peito teu,
Visto serdes a última ilha em que encontro minha paz!


Santaroza

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Latino!


Latino!


Com vagar como anda o trem
Vago só sem ser ninguém
Não que eu precise ser alguém
Me basta esse vintém.

Nasci em um berço duro
Largo porem seguro
Nunca tive dia escuro
Nunca fui velho, sou maduro.

Meu mapa é minha mão
Tem ranhura como o chão
O resto é com o coração
A alma é só um senão.

Amar é para muito poucos
Principalmente para os loucos
Paixão se bebe aos poucos
Entre uivos e gritos roucos.

Assim vivo o destino
Na verdade sem atino
Não sou bicho matutino
Afinal eu sou latino.

Santaroza

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Alma!



Alma!


Ao sabor da chuva que cai,
Lavada se encontra minha alma,
Peregrina que é das noites escuras,
Viajante dos sonhos de alguns corações,
Morna se deita em lençóis de cetim,
No afã de encontrar o sabor de teu beijo!
Alma minha incauta e incontida,
Sofrida e esfolada das guerras perdidas,
Batalhas de alcovas em noites de lua,
Ao som de pianos de butécos vazios,
Arfas ainda molhada de chuva,
Cansada da luta encharcada de amor!

Santaroza

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Silencio!


Silencio!


Estou exilado,
Eu e minha espada num canto calado,
Esperando a tempestade que vem,
E sem contar com ninguém.

Tracei minhas rotas á próprio punho,
É... Minha enxada eu mesmo cunho,
Fiz o que tinha que fazer,
Mas me resta um sonho... Viver.

Não vou chorar o leite derramado,
Se deu tudo certo ou errado,
Nada na vida é de absoluta certeza,
Nem mesmo a efêmera beleza.

Sou o que sou, porque sou,
Meu tempo inda não passou,
Por certo inda encontrarei fera,
Mas com certeza vira a primavera.

Eu e o silencio não temos segredos,
Sempre confessamos nossos medos,
É essa em fim, minha armadura,
A solidão me serve de atadura.


Santaroza

sábado, 31 de outubro de 2009

Amiga!


Amiga!


Era um dia quente de um mês de fevereiro qualquer...
O riacho naquele ponto era especialmente espetacular...
A água era verde claro e deslizava por sobre pedra brancas...
Dos dois lados da margem havia uma grama macia e uma cerca de flores brancas e amarelas...
Haviam borboletas despreocupadas, abelhinhas apressadas e um leve perfume de vida pelo ar...
Não se ouvia outro som que não os de nossa própria respiração e o sussurro do riacho...
Nestas horas de sol á pino até os pássaros se aquietavam para contemplar a beleza do dia...
Tua mão sobre meu peito, inda acelerado, seu lábio rosado sorria de nada e por tudo...
O céu estava azul e alguém fazia nele pintas brancas, que tentávamos adivinhar...
Te beijei novamente, o primeiro foi amargo, mas este tinha gosto das frutas dali...
E assim foi, num dia sem porque, de amigos passamos a amantes!

Santaroza

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Passadas!


Passadas!


A noite me engole
Temo pela minha sanidade
Falta luz em minha alma
Tanta é minha saudade.

Ouço uivo dos coiotes
Ou seriam meus soluços
Ventos que trazem cisco
Cheiro de folha mascada.

Espero que a lua venha
Que alguma luz me tenha
Fecho a porta da cozinha
Abro a janela da sala.

Não tenho lugar pra ficar
O relógio anda para traz
As arvores se movimentam
O campanário toca o sino.

Rezo e não rezo o terço
Um terço de minha vida
Águas na terra empoçada
Chuvas de mim choradas.

Reflito o reflexo da lama
Quantas noites, quantas camas
Falas mordidas e mascadas
E algumas que foram caladas.

Restou o resto de tudo
Alguns álbuns de retratos
Nem todos eu me encontro
Em alguns acho que faltei.

Cartas rotas amareladas
Algumas nem terminei
Outras nem li direito
Poeiras tomaram conta.

E o veleiro passou de lado
Veio tormenta na ilha
Perdi os rastros da areia
Nem voltar posso mais.

Santaroza

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Não precisa!

Não precisa!


Não quero foto
Gravarei na retina
E se apagarem as imagens
Voltarei para te ver!

Santaroza

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Amigo!


Amigo!



Não creio na amizade sem confronto
Porque não creio no amor sem encontro!
Não creio na amizade de possessão
Porque não creio no amor sem fração!
Não creio na amizade de um lado só
Porque não concebo o amor como a um nó!
Não creio em amizades de ocasião
Porque não confundo amor com paixão!
Não creio em amizade passageira
Porque não aceito que o amor seja fogueira!
Também não creio em amizade sem fim
Porque não aceito um amor que não caiba em mim!
Não creio na amizade que não se doa sem pedir
Porque não creio no amor que nasce para ferir!
A amizade e o amor têm as mãos dadas
Se um não nasceu
O outro morreu
Nem um dos dois é nada!



Santaroza

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Contando estrelas!

Contando estrelas!


A gaivota que voa ligeira
Bailando por céu anil
Não sabe de minha cegueira
Nesse veneno sutil!

Amor que me encharca o peito
Rebentando feito mar
Já se tornou meu defeito
Conjugar o verbo amar!

O mar que afaga a praia
Não me escuta o coração
Me fere como arraia
O assopro de sua canção!

Não sabe o sol no poente
A saudade que me invade
Deixa a areia inda quente
E meu peito em tempestade!

A noite sim me completa
E me traz inspiração
Afinal só sou poeta
Contando estrelas no chão!



Santaroza

terça-feira, 6 de outubro de 2009

De manhã


De manhã


A manhã nasceu azul
Com ondas brancas surfando no ar
O perfume era verde misturado a sal
Tinha gosto e sabor de vida!

Na vastidão deste cenário
Um fino fio de sol
Esgueirou-se pelo véu das cortinas
Atingindo tu pele rosada
Enrolada, ainda, no lençol!

Era ali o paraíso!

O mais belo quadro feito a pincel
Brilho, luz, cores, sabores e desejos
Tudo reunido em um único pedaço de ser
Num segundo infindável de amor
No encontro de meu eu com o teu!



Santaroza

Crer!


Crer!


Não creio mais nos sorrisos vesgos que se calam em valas rasas quando lhes convém,
Não acredito nos apertos de mão que se tocam de raspão para depois se esmurrarem,
Não creio nas falácias explicativas de soluções fáceis para a erosão do caráter geral,
Não acredito nas benesses de quem da o peixe e aumenta o gás de cozinhar e o feijão,
Não creio na causa partidária, meretriz ordinária vendida de déu em déu no maior bordel,
Não acredito mais na honestidade, obra de caridade, para vencer a desonra festiva,
Já não creio mais em tantas coisas que tenho medo de contar nos dedos quantas me faltam descrer,
Já não sei mais definir o certo e o errado, tudo se apresenta demasiado pardo,
Não sei se sou só eu a sentir, mas algo me parece feder enquanto as hienas uivam,
Só sei que apesar de não crer me resta a fé que me da o poder de ainda me indignar e escrever!




Santaroza

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cada letra...

Cada letra...



Quando meu sentimento atinge a folha de papel, viaja a vida a galope pelo céu...
Qual borboleta a passear pelo arco-íris, como nota de canção em sol maior!
Brindo a vida em cada gole de poesia, faço do verso minha forma de folia...
Cruzando a noite, como a lua engole o dia, como o sol que com vagar se deita ao chão!
Sou eu esparramado em cada letra, em cada canto canta um de meus ais...
A folha branca é meu tormento e minha paz, pois cada verso bate igual meu coração!
Vou pela vida me perdendo e me encontrando, às vezes rindo outras chorando...
Pois o verso às vezes é o reverso, e o fado às vezes é enfado mas precisa ser cantado!
Compor é muito mais que só pensar, é deixar a talha transbordar, seja de espinhos ou de flor...
É decantar, purificar e propalar o amor, mesmo que a lágrima tinja o papel, premida pela dor!
Ah! Poesia meu pão de cada dia!

Santaroza

Cinzas

Cinzas


Levanta-te e vem
Me de a mão te quero bem.
Não te percas me encontre.
Não se intimide com o monte
Olhe apenas no horizonte
Venha beber de minha fonte
Sou eu a clamar no deserto
Longe e ao mesmo tempo perto
Siga meus passos e iras me achar
Basta apenas viver de amar!

Santaroza

Caminho

Caminho


Parado ao largo
Ante ás paralelas do caminho!
Olhos fechados
Sei cada passo dado ontem!
Sorriso aberto
Sonho os passos do amanhã!
E nessa construção
E desconstrução de mim mesmo
Tento
Na medida de meu desprendimento
Ser
Algo melhor para o futuro!
Não puro
Pois impregnado pelo meio estou!
Apenas melhor
Pois se fora pior, seria fácil
Por demais
A condução de meus dias!

Santaroza

Histórias!

Histórias!




O mar estava recolhido num silencio azul profundo,
a lua como que para acordá-lo disparava dardos de prata e sua superfície calma,
Assim como minh’alma que silente se encontrava, despertada foi, pelos dardos pontiagudos que reluziram num sorriso teu,
Minha noite se iluminou mais que a lua com a presença tua, como estrela em plena areia, qual sereia caminhando e me buscando com o olhar,
Teu perfume de mar, teu jeito dengoso de andar parecendo flutuar em pleno ar, me queimava de paixão, eu e ao mar em calma superficial,
A brisa que o mar soprava não era suficiente, meu peito ardia quente alagado pela emoção do beijo que me roubastes em plena escuridão,
Nada te perguntei, nada me perguntou, apenas me amou, e quando a manhã raiou, apenas suspirou e novamente me beijou e se foi como chegou!



Santaroza

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Fogo!

Fogo!


Se o fogo que me queima
Um dia te tocar
Arderemos feito estrelas
Em pleno relvado!

Como fagulhas no ar
Ao crepitar da fogueira
A nos consumir
No braseiro do amor!

E como cometa cintilante
Viajaremos a eternidade
Rompendo manhãs
Em céu azul!

Talvez cor de romã
Com vagar e para sempre
Em constante combustão
Ardendo em paixão!


Santaroza

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

De Deus!

De Deus!

Dos vales profundos de minh’alma,
Brotam murmúrios de preces,
Restos de minha santidade perdida,
Que inda ecoam em meu coração,
Transbordando por meus olhos,
Á espera de Deus!
Santaroza

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Tarde fresca!

Tarde fresca!


O frescor da tarde prenuncia uma linda noite!
Noite de açucenas balouçastes!
De verdes viços verdejantes
Noite de estrela cadente, de pedidos escondidos...
Noite de beijos doces a luz da lua branca!
Apertos gemidos risos gracejos no portão!
Noite tarde de hora marcada
Madrugada já orvalhada...
Noite menina mulher que quer, mas não quer...
Noite perfumada qual namorada desejada...
Noite de azul sem igual colossal...
Noite de fresca brisa, pudica...
De cotovia de Romeu e Julieta...
Noite de sonhos meus...
Que se foram pelas noites!

Santaroza

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Prima Vera!


As flores que descem o rio,
Já não pode mais voltar,
Perderam a primavera,
Já é tarde pra sonhar.

Santaroza

Bicth!

Bicth!

Na boca um sorriso vago,
No rosto um olhar tristonho,
Na mente uma procura...

No peito tinha um vazio,
Na alma lhe caia neve,
Nos gestos só tinha dó...

Não tinha mais horizonte,
Seus olhos varriam a terra,
E o coração apanhava...

Todos sabiam seu nome,
Só não tinha sobrenome,
Nem direito de sorrir...

Era pra ser consumida,
E até mesmo vendida,
E muitas vezes não paga...

Fazia que sentia amor,
Na verdade só sentia dor,
Mas já não pedia favor...

Era a expressão da morte,
Achava já não ter sorte,
Mas inda sonhava sim...

Precisava de um abraço,
Sem desejo ou tesão,
Apenas um abraço,
Sem nenhuma intenção!

Santaroza

Pra ti!


Pra ti!

Tu mereces poesia, sabia...
Por seres minha alegria...
Por converteres minha apatia...
E fazeres verter poesia...
És a musa que todo dia...
Ao me acordar da-me bom dia...
Despertando com alegria...
Qual rouxinol ou cotovia...
Vestindo meu dia de fantasia...
Mesmo que seja manhã fria...
Tua a esquentas com alegria...
Beijando-me feito “Maria”...
Dando-me de ti em calmaria...
E és apenas mulher, quem diria...
Que em vaso tão pequeno caberia...
Um mar imenso de poesia!

Santaroza

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Poeta!

Poeta!


Ao passo que a vida passa
Não consigo mais ser segredo
Quero ser a palavra
Contada dos autos montes.

Não para que seja entendida
Mas apenas para ser sentida
E depois se quiserem
Ser rejeitada.

Mesmo porque não pretendo
Ser unanimidade
E nem consenso
Busco apenas ser identidade.

Ou seja, o eco do que me fala a alma
O espelho do que me dita o peito
A tinta que mancha o papel
Vertida do tinto de meu sangue.

Por isso nasci poeta
Para consolidar isso é que escrevo
Independente da dor ou riso
Apenas porque preciso.


Santaroza

Amor!

Amor!


A flor que brota do amor
Não tem nascente na dor
Brota em toda poesia
Sob forma de magia
Independente da dor!
Pois a bem da verdade
Poeta não tem maldade
Poeta só tem amor...
Mesmo em disabor!

Santaroza

AMIGO(A)!

AMIGO(A)!



É presente?
Quando não é ausente!
Amigo não é presente...
Amigo é gente...
E na maior parte das vezes mais que a gente!
Amigo é semente...
Que da fruto diferente...
É sombra por sobre a gente!
Amigo é o cara presente...
Sem ser presente!
Pode estar distante da gente...
Mesmo assim sentimos sua mão quente!
Amigo tem o mesmo sangue sem ser irmão...
Há com ele uma comunhão!
Fraternal união...
Elo de amor e paixão!
Almas que se fundem...
Dar e receber que se confundem!
Amor explicito...
Bem querer solícito!
Vidas que transcendem o ser...
Nada há que se temer!
Que amigo possa ser...
Ou amigo queira ter!

Santaroza

ACHEI!

ACHEI




Andei por ai,
Por todos os caminhos
Por todas as curvas do tempo
Por todos os sonhos de primavera
Por todas as rodas da sorte
Por todos os funerais
Por todas as ruas vazias
Por todos os quintais sem muro
Por todos os portais vadios!
Andei por ai,
Por todos os sorrisos falsos
Por todas as brisas tardias
Por todos os oásis em chama
Por todos os olhares febris
Por todas as manhãs chuvosas
Por todos os arco-íris
Por todas as entranhas da morte!
Buscava a vida ao largo
E na vida eu achei você
Com você eu encontrei o amor
Hoje estou estacionado em seu coração
Esperando maré alta para talvez navegar...



SANTAROZA

A SOMBRA

A SOMBRA




A sombra que me veste como manto de noite...
Fende-me a alma com o vento em açoite...
Sou ser que vaga na busca de um amor...
Apenas um abraço que aplaque minha dor...
Vivo os dias em melancolia...
Pois minh’alma se encontra vazia...
E em chamas encontra-se meu coração...
Transpassada que foi por um arpão...
Vida vazia, vida cansada...
Vida ferida, vida abandonada...
Vida assombrada!

Santaroza.

A poesia em que creio!

A poesia em que creio!



É algo sem receio
Sem frescura
É pura
Forte como a dor
Sublime feito o amor
Abrangente como o vento
Constante como pensamento
Lágrima em mata-borrão
Flor brotando no coração
Chave e fechadura
Rigor e candura
Sonho e paixão
Pesadelo e tesão!
É assim...
Sempre um pouco de mim!

Santaroza

A noite!

A noite!


É apenas uma porta a mais para a solidão...
Escuridão...
Eco em repetição!
Só ha um senão...
Um segundo em fração...
Peito em aceleração!
Comichão!
Que me faça retornar desse mundocão...
Algo como a canção...
Vento e mansidão...
Orvalho e sertão...
Amor e paixão!

Santaroza

A COLINA EM QUE ME ESCONDO

A COLINA EM QUE ME ESCONDO


Na cordilheira...
Os Andes...
Mais parece uma grinalda...
Salpicada de diamantes...
Soprada pelo vento...
O inverno aqui é branco...
Em minha lareira crepitam chamas...
De um fogo azul amarelado...
Na mesa um livro...
Ainda por ler com certeza...
No tapete de centro...
Meu lobo se esquenta do frio...
E a neve cai lá fora...
Como confete ao carnaval...
Aqui me escondo e faço morada...
O vento que sopra não mais me assusta...
Apenas deixa mais grisalho os cabelos...
Aqui perto do céu as cores são carregadas...
O branco é puro...
E cinza é forte...
O verde reluz...
E o teto do mundo pode-se tocar com a mão...
Se ficar na ponta dos pés é claro...
É meu recanto de paz...
Minha colina com DEUS!
Santaroza

Amém!

Amém!

Depois da tarde que se foi,
Antes do dia que já vem,
Sinto a alma apertada,
E uma oração por fazer.

Rogo a deus de todo o peito,
Sua proteção e amparo,
Para mim e para os meus,
Enquanto caminha a vida.

Somos pó da terra ao pó,
Cordeiros sem proteção,
Finitos e inacabados,
Amparados só de fé.

Assim rogo pela vida,
Por toda a sabedoria,
Pelos sorrisos de ontem,
E por toda essa alegria.

Pelo irmão do outro lado,
Pelo trabalho que tenho,
Pela fome e a comida,
Pela colher e o prato.

Rogo pela retidão,
Pra não cair em tentação,
Pra perdoar antes de tudo,
E não levar magoa pro colchão.
Santaroza